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Demitir é sempre um processo crítico para uma empresa. Afinal, vidas estão sendo impactadas e, quando isso acontece em um período de crise, é potencializado por atingir mais pessoas e pela sensação de insegurança que afetará a equipe toda.
Nem sempre é possível evitar, porém, que desligamentos sejam realizados em uma empresa, mas existem práticas que podem fazer com que esse momento seja menos traumático e danoso para todos os envolvidos.
Os gestores têm um papel crucial no processo de desligamento de funcionários. Um erro comum é transferir essa tarefa unicamente à área de gestão de pessoas, que vai participar de todo processo, mas deve ser acompanhada pela diretoria, tendo um cronograma e uma política bem desenhados.
Fernando Trota, CEO da Triven, acredita que, as companhias devem nomear um porta-voz que seja respeitado pela equipe e tenha carisma para dar a notícia das demissões e tirar dúvidas sobre os porquês dessa ação.
“É preciso ser transparente sobre os motivos e a escolha dos nomes, oferecendo serviços de apoio, como processos de outplacement e novos caminhos. A empresa também deve preparar uma trilha de orientação, fortalecer a cultura organizacional para quem está ficando e realizar os desligamentos de uma só vez, para não criar expectativas de possíveis demissões futuras na equipe, mas sem deixar de fazer reuniões individuais com quem está sendo desligado”, sugere Fernando.
Lilian Carina, CHRO dos squads de People as a Service da Triven, destaca justamente a importância do one a one e lembra que os desligamentos são em massa, mas "as pessoas são individuais, portanto é preciso realizar o processo da forma humanizada, com uma conversa objetiva, gentil, respeitosa e empática".
É importante oferecer toda ajuda possível para quem está sendo demitindo, sempre garantindo que todos os direitos financeiros dos colaboradores sejam pagos e considerando a viabilidade de fornecer remuneração adicional, além do exigido por lei.
“Como hoje há muitas empresas que atuam com contração por Pessoas Jurídicas, é preciso pensar nessa nova realidade e que esses colaboradores também vão precisar de apoio, uma vez que não têm acesso a benefícios dos funcionários em regime CLT, como o seguro desemprego. Recomendamos que, para os PJs, seja pago um salário adicional, para que ele possa ter um tempo extra para se reestruturar”, completa Fernando.
Além disso, a empresa pode divulgar uma lista detalhada de funcionários desligados para o mercado, quando eles permitirem e tiverem interesse, com indicações, nomes e informações de contato, ajudando na recolocação. Nesse sentido, outra ação importante é a emissão de cartas de recomendação.
“É essencial que as empresas tratem os funcionários que saem com respeito e dignidade durante todo o processo, mantendo a transparência também com a equipe, pois isso evita boatos, temores e desestímulo”, comenta Fernando.