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Duas pesquisas da Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgadas ontem, mostram a deterioração das expectativas em relação ao mercado de trabalho no país. O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) subiu 7,2% entre junho e julho, a maior alta desde 2005, quando a pesquisa começou a ser feita. No caso do Indicador de Antecedente de Emprego (IAEmp), que procura medir a perspectiva de novas contratações, houve queda de 5,7% em julho, comparando-se com o mês anterior. Foi a maior variação negativa desde novembro de 2008, auge da crise global, quando o recuo foi de 18,7%.
“O mercado está mais frouxo, estamos saindo da situação de quase pleno emprego”, disse Fernando de Holanda Barbosa, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV. “O fato de os dois instrumentos apontarem na mesma direção mostra a força dessa tendência.”
Os indicadores são elaborados com base em entrevistas realizadas em sete capitais. As manifestações populares tiveram forte influência no ICD, que usa dados da Sondagem do Consumidor, também da FGV. Os trabalhadores com renda até R$ 2.100 e os que ganham acima de R$ 9.600 — os dois extremos — foram os que mais contribuíram para a alta do índice. O IAEmp inclui perguntas a empresários, e a maior influência para a queda veio daqueles do setor de serviços.